sexta-feira, 15 de junho de 2007

Pelos Sonhos, Ainda Vivos

Mais alguns companheiros e camaradas morrem na América Latina.

Quem são? Não sei, já não possuem uma identidade própria, um rosto, um nome. São centenas, são milhares.

Podem ser Dayana e Gabriel (http://anncol-brasil.blogspot.com/2007/06/assassinados-dois-dirigentes-da.html), podem ser os mais de 300.000 colombianos mortos pelo terrorismo de Estado e pelos narco-paramilitares de direita das AUC, podem ser as dezenas de mortos na luta por reforma agrária no interior do Brasil, como os 19 companheiros de Eldorado dos Carajás.

São tantos, apenas entre os recentes, que seus nomes já nem mais podem ser listados.

E não se está falando nem dos oficialmente chamados “anos de chumbo”, por que passou todo o continente ao sul do grande império, apenas daqueles de quem a saudade é atual, sentida com o coração, não ainda com a nostalgia das remotas lembranças.

Sonhos encerrados a fogo, lutas interrompidas pela força, a busca por justiça barrada pela violência, o sentimento fraterno e solidário combatido pela brutalidade e truculência.

Mas no momento não podemos nos dedicar muito a chorar tais ausências. É preciso continuar a caminhada, continuar a trilhar o caminho percorrido por eles, no mesmo rumo, com o mesmo objetivo.

Não nos permitiremos chorar por seu sangue derramado, nos dedicaremos a manter acesa a chama que os moveu, tendo-os como exemplos de um sonho possível, um sonho que manteremos vivo, que continuaremos a buscar, até transformá-lo em realidade.

Camaradas, seus sonhos continuam vivos e sua presença ainda é sentida!

Aqueles que tombaram na luta não morrem, estarão sempre presentes, em nossos corações e mentes!

Um Olhar em Meus Sonhos

Aquele olhar cheio de magia estava ali, a poucos centímetros de mim, atentos a cada gesto, a cada palavra, a cada respiração.

Eu ali, tentando, de todas as formas, esconder tudo o que se passava em meus pensamentos e em meus sentimentos, ao mesmo tempo em que rezava para que aquele mágico olhar descobrisse tudo, retribuísse tudo.

Mas minhas preces não foram atendidas.

Preciso me lembrar de parar de rezar, de nada adianta.

E sem minhas preces atendidas, diante de tão mágico olhar, rendido, indefeso, tentando de todas as formas me esquivar, mais uma vez deixei que meus sonhos sucumbissem ante minha covardia.

E mais uma vez, carrego meus sonhos, sem realizá-los, também sem deles acordar.

Mas o olhar vai comigo, em meus pensamentos, em minha memória, iluminando cada momento de meus dias, de meus sonhos.