sábado, 21 de julho de 2007

Vida em Luta

Eu só queria poder sonhar
Eu só queria poder viver
Eu só queria poder chorar
Eu só queria poder sorrir

A realidade já não me comove
O mundo me parece cada vez mais estranho
Preciso de algo que me renove
Destrua essa desesperança já tão sem tamanho

Um dia já tive esperança
Esse dia a muito se apagou
Da esperança já nem mais lembrança
Hoje só revolta me restou

Da revolta, tiro minha força
Da indignação, minha emoção
Cada lágrima me reforça
De cada lágrima construo minha ação

Do futuro nada espero
Evito a decepção
Do presente nada quero
Evito a frustração

Apenas luto
Apenas faço
Apenas tento

Antes morrer lutando do que viver rendido!

Que o Amor se Acabe

As derrotas me fizeram crescer
Mas cresci demais
E não quero mais sofrer

O desespero num berro
As lágrimas contidas
Na desilusão perdidas
Por um amor que não viverei

Do amor me despeço
Não sem antes
Perder um pouco de mim

Se me disseres que vivi
O amor sonhado
Digo-te que o grito contido
É o grito não gritado

De ti carrego
A lembrança amor próximo
Que já me foi negado

A lembrança de seus beijos
Sem amor
Num pavor insano
Com o sabor do nunca

O nunca não me agrada
A dor que principia
A esperança rasgada
De um dia seu amor

Despeço-me da esperança
Querendo ver morrer o amor
Amor que não é meu
O sofrimento do adeus

O Fim da Poesia

O poeta está morrendo
Salvem o poeta
O amor se perdendo
Salvem o amor

Às escondidas
O amor que não se pratica
As horas perdidas
Desejos contidos

O tédio desesperador
Para essa dor não existe remédio
Exceto os beijos escancarados
Que me negas por pavor

Se o mundo contra nós
Contrariemos o mundo
O enfrentemos por nós
Ou que o amor caia em esquecimento profundo

Calar o coração
Amar em silêncio
Rendição à razão
É só nisso que penso

Não posso e não quero
Amar-te sem me amar
Não renego meu berro
Antes a derrota aceitar

O poeta está morrendo
Pois perdendo a inspiração
O poeta se perdendo
Pois amar não é razão