segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Noite Perfeita

Corpos ardentes em frenéticas carícias mútuas. Sabores e odores, trocados e provados até o último resquício de sua existência. Beijos cheios de paixão e desejo. Êxtase anunciando-se no horizonte.

Uma palavra, um suspiro, um olhar.

Corpos entrelaçados num estranho balé sem melodia, em ritmo acelerado, compassado. Corpos que se fundem e se confundem, que se possuem e se deixam possuir, em verdadeira cena antropofágica das mais deliciosas e excitantes, injustamente censurada à admiração pública.

Momentos silenciosos, apesar dos suspiros, gritos e gemidos, pois até a mais leve respiração e o próprio bater dos corações é intensamente ouvido e sentido. É o máximo complemento entre poesia e sua rima lógica, pois que multiplicam-se as sensações dos corpos que alcançam, sem deixar o chão, as nuvens mais elevadas, com mil mãos, mil toques, mil beijos e desejos que estão por saciar-se.

Seios tornam-se extensão das mãos. Unhas cravam a carne como punhais que sequer são temidos. Invasão consentida do sagrado templo do desejado corpo feminino. Eu e ela, tornando-se apenas um, sem saber mais quem é quem, onde os toques são nossos, onde somos tocados.

Entrega total e absoluta, que explode em mil sensações e cores, violentos sabores, que dominam corpos trêmulos e esgotados, num transe, num êxtase.

Um último olhar, olhos nos olhos, um singelo sorriso, agradáveis palavras e um inocente abraço meu por suas costas, aguardando, juntos, o sono nos embalar aos sonhos que, quando muito, nos lembrarão do paraíso que acabamos de alcançar.