Dessa vez estou correndo sério perigo. Perigo duplo, diga-se de passagem.
Recebi a presente entrevista por e-mail, que supostamente seria do Terra Magazine.
Por seu conteúdo extremamente relevante, não resisti e sou obrigado a publicar. Aí residem os riscos a que estou sujeito.
Se realmente for uma entrevista do Terra Magazine, corro o risco de responder pela reprodução não autorizada do material. Se não for, corro o risco de responder por atribuir-lhes a autoria de algo com o que talvez não concordem.
De qualquer forma, publico. Se pode servir para algo, deixo registrado os meus parabéns à publicação, caso realmente seja sua entrevista, pela qualidade e significância do tema abordado. Caso não seja, fique feliz por alguém poder imaginar que são capazes de algo de tão elevada qualidade.
Segue o artigo:
Claudio Leal
A morte de Isabella Nardoni, 5 anos, deu início a uma novela midiática à procura de desfecho. Em 29 de março, a menina morreu após uma queda da janela do apartamento do pai, Alexandre, na Zona Norte de São Paulo. A polícia investiga a autoria do crime e tem como principais suspeitos o pai e a madrasta de Isabella, Anna Carolina.
Há indícios de que ela tenha sido assassinada. Esse é o enredo central. O resto, segundo o antropólogo Roberto Albergaria, é a construção de uma novela "trágica" e "doentia".
Doutor em Antropologia pela Universidade de Paris VII e professor da Universidade Federal da Bahia, Albergaria critica os exageros da cobertura midiática e aponta uma abordagem "classista" e "racialista" do crime. "Porque é uma menina de classe média, bonitinha, e aí vem a estética", afirma.
- Há um lado doentio, e quem alimenta essa doença, que se tornou uma epidemia como a dengue, é a própria mídia. Porque há um viés "comunicacionista" ao se alimentar de forma mórbida uma história trágica. E transformar essa história trágica numa novela, no mesmo estilo das novelas das grandes televisões: mexicana.
Reviravoltas, vídeos da menina, sangue nas camisas, testemunhas surpreendentes (o garçom do bar em que a tia de Isabella estava no dia da morte), os parentes, os vizinhos (personagens fatais na obra de Nelson Rodrigues), compõem o painel da novela. Para Albergaria, o crime virou "metade da pauta da mídia durante semanas e semanas".
- O caso da menina veio a calhar para a mídia porque junta todas essas determinações: o classismo, o racialismo, o infantilismo... E, sobretudo, o "comunicacionismo", uma das coisas mais doentias que existe hoje. É você explorar algumas misérias, seletivamente, como forma de emocionar as multidões.
O antropólogo enxerga outra distorção: ajudada pelo mistério, a novela em que se transformou o caso Isabella vale mais do que os fatos, e tira do debate público temas mais relevantes.
- A mídia é o grande filtro. O espaço ocupado por essa menina é o espaço retirado de coisas muito mais importantes para a vida coletiva. Mas isso é um fato emocionante. A emoção vale mais do que a razão. A novela, o enredo, vale mais do que o fato - analisa Albergaria.
A seguir, a íntegra da entrevista.
Terra Magazine - Como o senhor analisa a cobertura do caso Isabella na mídia? Os vizinhos, a tia, a roupa, o sangue, os vídeos... Há um lado doentio nesse interesse minimalista?
Roberto Albergaria - Há, sim. Há um lado doentio, e quem alimenta essa doença, que se tornou uma epidemia como a dengue, é a própria mídia. Porque há um viés "comunicacionista" ao se alimentar de forma mórbida uma história trágica. E transformar essa história trágica numa novela, no mesmo estilo das novelas das grandes televisões: mexicana. É você transformar um fato, evidentemente grave, em metade da pauta da mídia durante semanas e semanas. Até que apareça outro. Não é uma questão puramente brasileira. É como aconteceu na Europa com o caso Madeleine. Por que essa menina foi escolhida como a bola da vez, a coitadinha da vez? Primeiro, porque já havia o modelo europeu. O caso Madeleine é alimentado por jornais sensacionalistas ingleses. Houve até recompensas. Segundo, ela é, digamos assim, "a vítima ideal". Porque há um viés classista.
Por que classista?
Porque é uma menina de classe média, bonitinha, e aí vem a estética. Se ela fosse muito feia, se ela fosse um pequeno "canhão", não daria. As revistas semanais escolheram as fotos mais fotogênicas pra ressaltar isso.
E não é um caso, aparentemente, para um Sherlock Holmes...
É isso. Não existe mais muita diferença entre o jornalismo e a ficção, entre a novela e o jornal das 20h. O tratamento dado a um fato verdadeiro é o mesmo dado a um fato novelesco. Vão fazer render esta novela com todos os ingredientes possíveis. Aí entra o que eu chamei de viés classista. Ela é uma menina de classe média, branquinha. Na maioria dos Estados brasileiros, sobretudo aqui na Bahia, onde você tem uma maioria negro-mestiça, uma menina branca vale mais do que uma menina negra. Do ponto de vista dos Estados nordestinos, há esse lado racialista. A mídia dá um centímetro para as meninas negras que morrem.
Há muitas mortes de crianças na epidemia de dengue no Rio.
São geralmente crianças pobres. A mídia pega um caso de pobre e dois de ricos. Mas, no Rio de Janeiro, não há o elemento do mistério. Há a política. O que as pessoas querem é o filtro do mistério, da novela, da descoberta... Pra você entender esse caso, há um concurso de causas e circunstâncias. É um infanticídio. Na sociedade ocidental, o infanticídio é um pecado, uma falta muito forte. A possibilidade de ela ter sido morta por um dos pais é também um elemento de grande emoção para o público telespectador caseiro. Hoje se dá muito valor às crianças. Antigamente elas não eram importantes.
Quando é que nasce a valorização da infância?
Nasce no século XVIII, com o mundo burguês. A criança se tornou o menino-rei, o núcleo simbólico da família nuclear burguesa. Antes, nas famílias aristocráticas, nas famílias pobres, você tinha unidades familiares com vários filhos. A perda de um filho era a perda de um único filho, não fazia tanta falta quanto iria fazer no mundo burguês, que tem no filho o futuro daquela unidade familiar. Além disso, eram poucos os filhos. Agora, há o filho único. Então, há esse viés infantilista, ou juvenicista, que tem a ver com a própria cultura contemporânea. O caso da menina veio a calhar para a mídia porque junta todas essas determinações: o classismo, o racialismo, o infantilismo - e o medo, o assombro, a tragédia do infanticídio. E, sobretudo, o "comunicacionismo", uma das coisas mais doentias que existe hoje. É você explorar algumas misérias, seletivamente, como forma de emocionar as multidões.
Qual é o grau de envolvimento dos jornalistas com essas tragédias?
O jornalismo passa a se envolver, no Brasil ainda pouco. Os jornais sensacionalistas ingleses chegaram a oferecer recompensas milionárias no caso Madeleine. É como se o jornalismo fosse parte dessa novela, parte integrante das investigações, das denúncias. Sobretudo na definição do que é importante para o telespectador, o ouvinte ou o leitor, ter como elemento de reflexão. A mídia é o grande filtro. O espaço ocupado por essa menina é o espaço retirado de coisas muito mais importantes para a vida coletiva. Mas isso é um fato emocionante. A emoção vale mais do que a razão. A novela, o enredo, vale mais do que o fato.
Recebi a presente entrevista por e-mail, que supostamente seria do Terra Magazine.
Por seu conteúdo extremamente relevante, não resisti e sou obrigado a publicar. Aí residem os riscos a que estou sujeito.
Se realmente for uma entrevista do Terra Magazine, corro o risco de responder pela reprodução não autorizada do material. Se não for, corro o risco de responder por atribuir-lhes a autoria de algo com o que talvez não concordem.
De qualquer forma, publico. Se pode servir para algo, deixo registrado os meus parabéns à publicação, caso realmente seja sua entrevista, pela qualidade e significância do tema abordado. Caso não seja, fique feliz por alguém poder imaginar que são capazes de algo de tão elevada qualidade.
Segue o artigo:
Claudio Leal
A morte de Isabella Nardoni, 5 anos, deu início a uma novela midiática à procura de desfecho. Em 29 de março, a menina morreu após uma queda da janela do apartamento do pai, Alexandre, na Zona Norte de São Paulo. A polícia investiga a autoria do crime e tem como principais suspeitos o pai e a madrasta de Isabella, Anna Carolina.
Há indícios de que ela tenha sido assassinada. Esse é o enredo central. O resto, segundo o antropólogo Roberto Albergaria, é a construção de uma novela "trágica" e "doentia".
Doutor em Antropologia pela Universidade de Paris VII e professor da Universidade Federal da Bahia, Albergaria critica os exageros da cobertura midiática e aponta uma abordagem "classista" e "racialista" do crime. "Porque é uma menina de classe média, bonitinha, e aí vem a estética", afirma.
- Há um lado doentio, e quem alimenta essa doença, que se tornou uma epidemia como a dengue, é a própria mídia. Porque há um viés "comunicacionista" ao se alimentar de forma mórbida uma história trágica. E transformar essa história trágica numa novela, no mesmo estilo das novelas das grandes televisões: mexicana.
Reviravoltas, vídeos da menina, sangue nas camisas, testemunhas surpreendentes (o garçom do bar em que a tia de Isabella estava no dia da morte), os parentes, os vizinhos (personagens fatais na obra de Nelson Rodrigues), compõem o painel da novela. Para Albergaria, o crime virou "metade da pauta da mídia durante semanas e semanas".
- O caso da menina veio a calhar para a mídia porque junta todas essas determinações: o classismo, o racialismo, o infantilismo... E, sobretudo, o "comunicacionismo", uma das coisas mais doentias que existe hoje. É você explorar algumas misérias, seletivamente, como forma de emocionar as multidões.
O antropólogo enxerga outra distorção: ajudada pelo mistério, a novela em que se transformou o caso Isabella vale mais do que os fatos, e tira do debate público temas mais relevantes.
- A mídia é o grande filtro. O espaço ocupado por essa menina é o espaço retirado de coisas muito mais importantes para a vida coletiva. Mas isso é um fato emocionante. A emoção vale mais do que a razão. A novela, o enredo, vale mais do que o fato - analisa Albergaria.
A seguir, a íntegra da entrevista.
Terra Magazine - Como o senhor analisa a cobertura do caso Isabella na mídia? Os vizinhos, a tia, a roupa, o sangue, os vídeos... Há um lado doentio nesse interesse minimalista?
Roberto Albergaria - Há, sim. Há um lado doentio, e quem alimenta essa doença, que se tornou uma epidemia como a dengue, é a própria mídia. Porque há um viés "comunicacionista" ao se alimentar de forma mórbida uma história trágica. E transformar essa história trágica numa novela, no mesmo estilo das novelas das grandes televisões: mexicana. É você transformar um fato, evidentemente grave, em metade da pauta da mídia durante semanas e semanas. Até que apareça outro. Não é uma questão puramente brasileira. É como aconteceu na Europa com o caso Madeleine. Por que essa menina foi escolhida como a bola da vez, a coitadinha da vez? Primeiro, porque já havia o modelo europeu. O caso Madeleine é alimentado por jornais sensacionalistas ingleses. Houve até recompensas. Segundo, ela é, digamos assim, "a vítima ideal". Porque há um viés classista.
Por que classista?
Porque é uma menina de classe média, bonitinha, e aí vem a estética. Se ela fosse muito feia, se ela fosse um pequeno "canhão", não daria. As revistas semanais escolheram as fotos mais fotogênicas pra ressaltar isso.
E não é um caso, aparentemente, para um Sherlock Holmes...
É isso. Não existe mais muita diferença entre o jornalismo e a ficção, entre a novela e o jornal das 20h. O tratamento dado a um fato verdadeiro é o mesmo dado a um fato novelesco. Vão fazer render esta novela com todos os ingredientes possíveis. Aí entra o que eu chamei de viés classista. Ela é uma menina de classe média, branquinha. Na maioria dos Estados brasileiros, sobretudo aqui na Bahia, onde você tem uma maioria negro-mestiça, uma menina branca vale mais do que uma menina negra. Do ponto de vista dos Estados nordestinos, há esse lado racialista. A mídia dá um centímetro para as meninas negras que morrem.
Há muitas mortes de crianças na epidemia de dengue no Rio.
São geralmente crianças pobres. A mídia pega um caso de pobre e dois de ricos. Mas, no Rio de Janeiro, não há o elemento do mistério. Há a política. O que as pessoas querem é o filtro do mistério, da novela, da descoberta... Pra você entender esse caso, há um concurso de causas e circunstâncias. É um infanticídio. Na sociedade ocidental, o infanticídio é um pecado, uma falta muito forte. A possibilidade de ela ter sido morta por um dos pais é também um elemento de grande emoção para o público telespectador caseiro. Hoje se dá muito valor às crianças. Antigamente elas não eram importantes.
Quando é que nasce a valorização da infância?
Nasce no século XVIII, com o mundo burguês. A criança se tornou o menino-rei, o núcleo simbólico da família nuclear burguesa. Antes, nas famílias aristocráticas, nas famílias pobres, você tinha unidades familiares com vários filhos. A perda de um filho era a perda de um único filho, não fazia tanta falta quanto iria fazer no mundo burguês, que tem no filho o futuro daquela unidade familiar. Além disso, eram poucos os filhos. Agora, há o filho único. Então, há esse viés infantilista, ou juvenicista, que tem a ver com a própria cultura contemporânea. O caso da menina veio a calhar para a mídia porque junta todas essas determinações: o classismo, o racialismo, o infantilismo - e o medo, o assombro, a tragédia do infanticídio. E, sobretudo, o "comunicacionismo", uma das coisas mais doentias que existe hoje. É você explorar algumas misérias, seletivamente, como forma de emocionar as multidões.
Qual é o grau de envolvimento dos jornalistas com essas tragédias?
O jornalismo passa a se envolver, no Brasil ainda pouco. Os jornais sensacionalistas ingleses chegaram a oferecer recompensas milionárias no caso Madeleine. É como se o jornalismo fosse parte dessa novela, parte integrante das investigações, das denúncias. Sobretudo na definição do que é importante para o telespectador, o ouvinte ou o leitor, ter como elemento de reflexão. A mídia é o grande filtro. O espaço ocupado por essa menina é o espaço retirado de coisas muito mais importantes para a vida coletiva. Mas isso é um fato emocionante. A emoção vale mais do que a razão. A novela, o enredo, vale mais do que o fato.
9 comentários:
O sujeito fala em preconceitos da mídia, mas e o dele não conta?
Novela mexicana?E as novelas produzidas aqui,não tem dramalhões?
Na sociedade ocidental o infanticídio é uma pecado grave, e na oriental?Dá a entender outra coisa.Cuidado com este tipo de mensagem ou recado subliminar.Combater preconceitos desta forma NÂO.
Não acho um dramalhão de novela mexicana. Quem é Pai e ama seu filho está triste e ansioso para um desfecho (seja ele negro ou branquinho) como no caso de Suzane von Richthofen. Ficamos perplexos com a falta de amor e crueldade das pessoas em nossos tempos.
Realmente a nossa Sociedade, como todos nós (humanos) damos preferência ao bonitinho sem perceber.Estou mais preocupado para que uma criança inocente não morra e tudo acabe em "pizza" como é muito "normal" em nosso país.
O anônimo não entendeu nada do que leu!!!! a reflexão/comentário gira em torno da excessiva exposição da morte (de Isabella, em questão) por parte da imprensa. Exposição esta, que demonstra como este méio trata com "dois pesos e duas medidas" morte de infantes pobres (os mortos pela dengue, por exemplo)e classe média (Isabella). E neste ato a imprensa SIM é preconceituosa, classista e asquerosa. O papel da imprensa de informar está ultrapassado, neste caso, pela idéia do Ibope, do sensacionalismo. Ainda hoje li no portal terra declaração de parente da menina Isabella, dizendo: "Noticiário impede luto". Eu deixei de assistir jornal da TV (de qualquer canal) por que estou enojado, NÃO AGÜENTO MAIS!!! deixem a memória da menina e da família em paz!!
É REAL: A MÍDIA BRASILEIRA AINDA VAI ACABAR COM O RESTO QUE SOBRA DE BOM NA SOCIEDADE BRASILEIRA.
FALAM DOS POLITICOS CORRUPTOS, MAS SE ESQUECEM QUE SÃO ALIENADOS, EM BUSCA DE NOTORIEDADE REPENTINA, E MAIS NEFASTOS PARA A SOCIEDADE BRASILEIRA, MANIPULAM A MASSA QUE NÃO TEM SENSO CRÍTICO, QUE OS MAIS CORRUPTOS QUE POSSA HOUVER POIS MANIPULAM A MENTE DA SOCIEDADE MENOS ESCLARECIDA EM PROVEITO PRÓPRIO.
Vale como lembrança, que na mesma semana em que ocorreu a tragédia do barco Bateau Mouche (se é assim que se escreve), em que morreram pouco mais de 40 pessoas de classe média e média alta, no Pará houve uma tragédia em que morreram quase 300 pessoas num acidente de barco.
O primeiro ocupa o noticiário, por vezes, até os dias atuais, tendo uma imensa exposição à época.
O segundo mereceu tão somente algumas notas curtas, em poucos jornais, pois as vítimas eram todas pobres da região.
Muita coisa já foi falada! Quero reforçar a indgnaçao com os excessos da mídia...Há algum tempo, era proibido a divulgaçao de fotos de menores...Vemos a todo momento em todos os canais e primeiras paginas, de todos os jornais, a foto de Isabella...O que mudou...
Vamos permitir que esta menina e seus familiares...Descansem em paz!
O caso Isabela está mais para a obra prima de Dostoiévski "Crime e Castigo" do que para novela mexicana. Há realmente excesso de tudo nesse caso: de divulgação na mídia, de incompetência pericial, de discriminação social, de derespeito às Leis Constitucionais e discriminacionais e muita falácia sem resultados positivos. Não é a primeira vez que isso acontece e por isso qualquer caso se torna sensacionalismo, produto de uma divulgação comum de falta de amor. Hoje, todo mundo quer ser ator, sem contrato, para imitar o que acontece em nossas verdadeiras novelas. O que vivenciamos é muito semelhante à cena de "Duas Caras" em que a madrasta tenta matar o filho da outra.Não é simplesmente deixar os suspeitos em paz, até porque não é admissível se ter paz antes de ter sentimentos. Fazer julgamento prévio não é o ideal e sim apurar a realidade, sem alarde,posteriormente transmitindo à Nação o veredicto, para lembrar que o cometimento de crime está sujeito a punição
Tudo que o Brasil precisa receber na cara está aqui, as informação deste post mostra CLARAMENTE o que a mídia representa na Sociedade Brasileiro, que tanto se diz neutra(?) quando mais um caso sério aparece a tona. Logo se vê a impregnação da imprensa em geral em querer competir uma com a outra para ver quem consegue entrevista exclusiva deixando a base da notícia de lado e partindo para estratégia de Ibope. São essas as ferramentas que hoje infelismente a nossa mídia querida insere no seu jornalismo. Essa realidade classista não se esconde mais atrás da televisão, o brasileiro de hoje não é mais aquele influenciado pela TV, já é capaz de concluirem o que realmente a notícia é, e sabe o que o jornalismo esconde atrás de sua face em não mostrar a realidade crua do Brasil, do Norte ao Sul do País. Para ver essa veracidade, alguém aqui sabe dizer qual foi a última reportagem sobre morte, assassinato lá no Acre? ou em Roraima? Pronto, agora sabemos o que o jornalismo realmente faz.
Percebemos no consultório a comoçao nacional é tanta, que as pessoas que já sofrem de um transtorno mental, verbalizam nas mais diversas formas: os esquizofrênicos ouvem vozes de crianças, gritos, barulho de algo caindo etc, os psicopatas ficam ligados 24 horas na TV, não trabalham e não fazem nada, pois aguardam cada noticia como sendo uma grande novidade do caso, os depressivos já questionam até que ponto chega a maldade humana!e acreditam que tudo esta perdido.
Numa visão psicanalítica, entendemos que tudo pode ser possível? Principalmente no caso do complexo de eletra, a menina Isabella pode ter sido a maior “rival” da madrasta, e ter tornado a vida da madrasta um verdadeiro inferno.
O que devemos questionar é que as pessoas estão doentes, e não reconhecem isto! E a Mídia parece explorar ou participar de certa psicopatia generalizada.
Angelopsi.
www.angelopsi.com.br
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