Na Venezuela, um apresentador de TV, oposicionista declarado do governo Chavez, dos mais radicais, resolveu apelar, usando a morte do filho de uma parlamentar como arma para atingi-la.
O jornalista Gustavo Azocar, em livro publicado em julho deste ano, com o sugestivo nome de "História negra dos próceres vermelhos”, acusa a deputada Iris Varela de ter se aproveitado da morte de seu filho, no início da década de 1990, o que teria sido decisivo para sua vida.
As afirmações do jornalista são baseadas, segundo o autor, são comprovadas, mas não aponta quais os elementos que comprovam as acusações.
Nessa terça-feira, 20 de novembro, a deputada entrou nos estúdios em que o jornalista apresentava seu programa ao vivo, no estado de Tachira, exigindo direito de resposta. O jornalista, além do conteúdo forte de seu livro, teria passado quase que a totalidade de seu programa anterior, tratando do tema e fazendo duros ataques à deputada, inclusive, relacionados à própria morte de seu filho. Nas palavras do jornalista, o mais leve adjetivo utilizado para referir-se à deputada, teria sido o de “mentirosa”.
As agressões do jornalista contra a deputada, envolvendo o caso da morte de seu filho, têm sido constantes e em tom crescente, desde as vésperas do lançamento do livro. E no último programa anterior à interrupção da deputada, teriam atingido seu ápice.
Ao exigir o direito de resposta, a deputada Iris Varela recebeu a negativa veemente do jornalista, que disse acabou por dizer que voltasse outro dia.
Visivelmente emocionada e abalada, a deputada não aceitara a negativa, mantendo-se inflexível quanto a sua disposição em responder às críticas e acusações, relativas à morte de seu filho. Mas o jornalista também manteve-se inflexível quanto a negativa, o que gerou um confronto direto entre ambos, inclusive com agressões físicas, apesar de leves, por parte da deputada.
O vídeo, evidentemente já disponível na internet, mostra a deputada desesperada, tentando responder às informações que o jornalista teria expressado em seu programa e em seu livro, enquanto o jornalista tenta impedi-la de todas as formas possíveis.
Após as primeiras agressões, o jornalista utiliza seus óculos com o aro torto, como “prova” de que teria sido vítima de cruéis agressões, repetindo as mesmas palavras insistentemente, como forma de interromper e provocar a deputada, que já estava absolutamente descontrolada. O resultado são mais agressões e mais provocações.
Tal fato mereceria a mais ampla e irrestrita reprovação, por todos os lados e pontos de vista possíveis, desde o conteúdo do livro, profundamente agressivo para uma mãe que perdera seu filho, passando pelas declarações pesadas, de mesmo tipo, ditas no programa televisivo, até as agressões e o descontrole da parlamentar.
Mas não foi o que se viu pela repercussão que o caso teve em toda a grande mídia, seja da Venezuela, seja a internacional.
Toda a repercussão do caso se baseou apenas na “invasão” do estúdio de televisão, nas “agressões” da parlamentar contra o jornalista e na suposta “violação da liberdade de imprensa”. Nenhum comentário foi feito com relação às provocações do jornalista contra a deputada, no momento de tais agressões, tampouco, se tocou no assunto do conteúdo dos ataques e acusações que o jornalista fizera contra a parlamentar, utilizando-se da morte do filho desta.
Tal padrão da repercussão, que chega ao ponto de todas as matérias parecerem escritas por uma única pessoa, nos coloca como algo absolutamente condenável apenas às atitudes agressivas da parlamentar, salvaguardando o “direito” do jornalista de usar a morte de um filho para atacá-la.
Será realmente legítima uma liberdade de imprensa plena e absoluta, que deixe em segundo plano até mesmo os mais íntimos sentimentos humanos, como o de uma mãe em relação à perda de um filho? Que respondam pais e mães, com filhos vivos ou mortos.
Se realmente o presente caso, como apontaram os principais órgãos de imprensa, deve iniciar um debate sobre a liberdade de imprensa, mas não somente quanto a liberdade de falar ou de não sofrer influências e intervenções de quem quer que seja. É necessário que se estabeleça um debate também quanto aos limites dessa liberdade, que jamais pode ser usada como desculpa para agressões, humilhações e execrações públicas. Não se pode tolerar que, em nome da liberdade de imprensa, aqueles que detêm o controle sobre os veículos de informação de massas, utilizem-se de sua condição para atacar, quem quer que seja, em seus mais íntimos sentimentos.
A liberdade de imprensa deve ser inviolável, no que a atitude da parlamentar venezuelana deve ser condenada. Mas igualmente inviolável, é o sentimento de uma mãe que perdera um filho, que deve ser resguardada de todas as formas, contra a infâmia e as ofensas mais graves contra a sua condição humana.
Nada, nenhuma palavra que se possa dizer, pode estar acima da condição humana, pois é o ser humano a raiz e a razão de ser de tudo.
O jornalista Gustavo Azocar, em livro publicado em julho deste ano, com o sugestivo nome de "História negra dos próceres vermelhos”, acusa a deputada Iris Varela de ter se aproveitado da morte de seu filho, no início da década de 1990, o que teria sido decisivo para sua vida.
As afirmações do jornalista são baseadas, segundo o autor, são comprovadas, mas não aponta quais os elementos que comprovam as acusações.
Nessa terça-feira, 20 de novembro, a deputada entrou nos estúdios em que o jornalista apresentava seu programa ao vivo, no estado de Tachira, exigindo direito de resposta. O jornalista, além do conteúdo forte de seu livro, teria passado quase que a totalidade de seu programa anterior, tratando do tema e fazendo duros ataques à deputada, inclusive, relacionados à própria morte de seu filho. Nas palavras do jornalista, o mais leve adjetivo utilizado para referir-se à deputada, teria sido o de “mentirosa”.
As agressões do jornalista contra a deputada, envolvendo o caso da morte de seu filho, têm sido constantes e em tom crescente, desde as vésperas do lançamento do livro. E no último programa anterior à interrupção da deputada, teriam atingido seu ápice.
Ao exigir o direito de resposta, a deputada Iris Varela recebeu a negativa veemente do jornalista, que disse acabou por dizer que voltasse outro dia.
Visivelmente emocionada e abalada, a deputada não aceitara a negativa, mantendo-se inflexível quanto a sua disposição em responder às críticas e acusações, relativas à morte de seu filho. Mas o jornalista também manteve-se inflexível quanto a negativa, o que gerou um confronto direto entre ambos, inclusive com agressões físicas, apesar de leves, por parte da deputada.
O vídeo, evidentemente já disponível na internet, mostra a deputada desesperada, tentando responder às informações que o jornalista teria expressado em seu programa e em seu livro, enquanto o jornalista tenta impedi-la de todas as formas possíveis.
Após as primeiras agressões, o jornalista utiliza seus óculos com o aro torto, como “prova” de que teria sido vítima de cruéis agressões, repetindo as mesmas palavras insistentemente, como forma de interromper e provocar a deputada, que já estava absolutamente descontrolada. O resultado são mais agressões e mais provocações.
Tal fato mereceria a mais ampla e irrestrita reprovação, por todos os lados e pontos de vista possíveis, desde o conteúdo do livro, profundamente agressivo para uma mãe que perdera seu filho, passando pelas declarações pesadas, de mesmo tipo, ditas no programa televisivo, até as agressões e o descontrole da parlamentar.
Mas não foi o que se viu pela repercussão que o caso teve em toda a grande mídia, seja da Venezuela, seja a internacional.
Toda a repercussão do caso se baseou apenas na “invasão” do estúdio de televisão, nas “agressões” da parlamentar contra o jornalista e na suposta “violação da liberdade de imprensa”. Nenhum comentário foi feito com relação às provocações do jornalista contra a deputada, no momento de tais agressões, tampouco, se tocou no assunto do conteúdo dos ataques e acusações que o jornalista fizera contra a parlamentar, utilizando-se da morte do filho desta.
Tal padrão da repercussão, que chega ao ponto de todas as matérias parecerem escritas por uma única pessoa, nos coloca como algo absolutamente condenável apenas às atitudes agressivas da parlamentar, salvaguardando o “direito” do jornalista de usar a morte de um filho para atacá-la.
Será realmente legítima uma liberdade de imprensa plena e absoluta, que deixe em segundo plano até mesmo os mais íntimos sentimentos humanos, como o de uma mãe em relação à perda de um filho? Que respondam pais e mães, com filhos vivos ou mortos.
Se realmente o presente caso, como apontaram os principais órgãos de imprensa, deve iniciar um debate sobre a liberdade de imprensa, mas não somente quanto a liberdade de falar ou de não sofrer influências e intervenções de quem quer que seja. É necessário que se estabeleça um debate também quanto aos limites dessa liberdade, que jamais pode ser usada como desculpa para agressões, humilhações e execrações públicas. Não se pode tolerar que, em nome da liberdade de imprensa, aqueles que detêm o controle sobre os veículos de informação de massas, utilizem-se de sua condição para atacar, quem quer que seja, em seus mais íntimos sentimentos.
A liberdade de imprensa deve ser inviolável, no que a atitude da parlamentar venezuelana deve ser condenada. Mas igualmente inviolável, é o sentimento de uma mãe que perdera um filho, que deve ser resguardada de todas as formas, contra a infâmia e as ofensas mais graves contra a sua condição humana.
Nada, nenhuma palavra que se possa dizer, pode estar acima da condição humana, pois é o ser humano a raiz e a razão de ser de tudo.
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