quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

FARC lembram a Sarkozy que “troca é troca”

O presidente francês enviou, nesta quinta-feira, uma carta ao seu correspondente da Argentina, Nestor Kirchner, pedindo a “ajuda” do governo argentino para alcançar a libertação de 45 prisioneiros das FARC.


As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) agradeceram nesta quinta o esforço do presidente da França, Nicolas Sarkozy, que consideram “louváveis e sadias”, acusaram o governante colombiano, Álvaro Uribe, de ser “a trava” em uma troca de reféns por guerrilheiros e insistiram na retirada de tropas em uma zona no sudoeste do país.

“Boas as intenções do Governo francês. Louváveis e sadias, Porém troca é troca, estes são os seus e esses são os meus, é o que se pode entender dos acordos internacionais sobre o tema”, assinalaram as FARC em uma nota divulgada na Agência ANNCOL.

Com estas declarações as FARC contestam o pedido feito nesta quarta-feira pelo presidente Sarkozy. O qual pediu “solenemente” ao grupo guerrilheiro “que liberte a Ingrid Betancourt”, sem mencionar a possibilidade de uma troca.

Sobre uma possível troca de prisioneiros, as FARC reiteram em seu comunicado que “é necessário um espaço adequado”, com a desmilitarização das localidades de Florida e Pradera, sudoeste, “por 45 dias”.

A mediação internacional, dizem, “não deve se converter em favores a um ou outro lado em disputa. Assim perderiam a credibilidade e confiança de uma das partes”.

FARC: Uribe não está interessado em ato Humanitário

Afirmaram que “Álvaro Uribe não está interessado neste simples ato humanitário” e acrescentam que “sua visão está direcionada para o resgate violento dos prisioneiros”.

Acusam o governante de que “sua mais recente ‘proeza’” foi “levar à morte os onze dos doze deputados (regionais do Vale del Cauca), retidos pelas FARC”.

Segundo o grupo armado, Uribe, como ocorrido no caso dos deputados mortos em junho passado, depois de haverem sido presos em abril de 2002, “retardou a entrega de seus corpos, a pesar das manifestações de boa vontade” para devolvermos rapidamente.

Sarkozy enviou, nessa quarta-feira, mensagens aos prisioneiros e al líder e fundador das FARC, Pedro Antonio Marin, conhecido por “Manuel Marulanda”, o “Tirofijo”, em que pede “solenemente que (Marulanda) liberte a Ingrid Betancourt e não deixe pesar sobre sua consciência o sacrifício que significaria seu desaparecimento”.

“De minha parte, me comprometo”, perante o mandatário francês, “a seguir esforçando-me pessoalmente na busca de uma solução humanitária para a libertação de todos os demais seqüestrados. Mas a dela, me comprometo a redobrar os esforços, se assim deseja, para contribuir para o encontro de uma solução para o conflito colombiano”.

Finalmente, o presidente francês enviou nesta quinta, uma carta ao seu par da Argentina, Nestor Kirchner, pedindo “ajuda” do governo argentino para alcançar a libertação dos 45 aprisionados pelas FARC.

O presidente francês condena nessa carta os métodos das FARC e assegura, dirigindo-se a Kirchner, que “tenho o apoio dos franceses para alcançar o objetivo da libertação dos reféns, mas também necessito de seu apoio”, segundo informou a agência Telam.

Além de Betancourt, que tem também nacionalidade francesa, as FARC têm em seu poder três estadunidenses funcionários do Pentágono e dezenas de políticos, soldados e policiais que se propõe a trocar pelos 500 guerrilheiros presos.

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