Os últimos acontecimentos na Colômbia, o tratamento dado pela imprensa de massas e as acusações feitas por Uribe e seus porta-vozes na mídia, despertam a pergunta: “seria o narcotráfico tão pouco, ou nada rentável assim?”.
Não fosse o fato de Uribe, conhecido no Cartel de Medelin, do qual sempre foi membro, juntamente com sua família, ter feito fortuna com o tráfico, a resposta aparente para essa pergunta seria um “sim”.
As acusações da “Grande Mídia” e dos poderosos colombianos contra as FARC, são do envolvimento e comando da guerrilha sobre o negócio do narcotráfico internacional, negócio que fatura bilhões todos os anos.
Reconhecidamente, a Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína, responsável pelo abastecimento do mercado estadunidense e europeu, visto que quase a totalidade da produção da Bolívia é legalizada e destinada ao abastecimento da indústria de bebidas (Coca-Cola e Pepsi), além da indústria farmacêutica mundial.
Estima-se, nos Estados Unidos, que o negócio das drogas, com destaque absoluto para a cocaína, esteja entre os 50 maiores negócios do mundo, em termo de movimentação financeira.
Todos esses fatores, por si só, levam a imaginar que, em se acreditando nas acusações que a “Grande Mídia”, Uribe e sua turma fazem às FARC, a guerrilha seja uma grande potência econômica, com os cofres forrados de dólares e seus líderes acumulando um patrimônio incalculável.
Como paradigma dessa análise, podemos tomar o caso de Abadia, mega-traficante colombiano preso no Brasil, cuja fortuna calculada ultrapassa o limite do imaginável, tendo o patrimônio formado por toda sorte de negócios e bens possíveis, além de sua fantástica capacidade que chegava ao ponto de construir submarinos próprios para o transporte de drogas.
Entretanto, na contramão de tais acusações contra as FARC, temos os fatos apresentados, a realidade que teima em aparecer, mesmo nos discursos oficiais daqueles que fazem as acusações.
Raúl Reyes, apontado como o número 2 das FARC, foi assassinado em um acampamento improvisado em meio à selva, sem quaisquer itens de conforto ou luxo. Tratava-se do segundo na linha de comando em uma organização cujos detratores apontam como proprietária do negócio multimilionário.
Onde estará a fortuna acumulada com o negócio das drogas? Por que o homem que comandava o negócio tão rentável estaria vivendo em condições precárias em meio à selva? Onde teria ido parar os tantos itens de riqueza que os acusadores sempre apontaram?
Pode algum defensor do regime narco-fascista reinante no país apontar que estaria Reyes em tal situação apenas em razão de sua necessidade de se esconder do governo. Entretanto, em nenhum caso conhecido na história, a necessidade de se esconder impediu que os criminosos usufruíssem da fortuna amealhada na prática criminosa, pelo contrário, lembre-se da ostentação de Pablo Escobar, ou mesmo do caso daquele que tomamos como paradigma, Abadia, que permaneceu levando sua vida de milionário na Colômbia até o momento em que sua popularidade entre os demais chefes criminosos caiu.
Mas o caso não se encerra aí.
As FARC ficaram famosas em todo o mundo justamente pelo fato de jamais esconderem os rostos, por falarem abertamente de seus métodos, de suas formas de luta e suas formas de manutenção. Sempre falaram abertamente sobre a cobrança de impostos sobre grandes fortunas, como também da sanção de reclusão aplicada aos sonegadores. A esse último, a imprensa aponta como sendo seqüestros. Assim sendo, qual problema teria as FARC em assumir a prática do narcotráfico caso o praticasse?
E o caso de Reyes acrescenta mais um elemento para a análise: as acusações contra Rafael Correa e Hugo Chávez de sustentarem a guerrilha com vultuosas contribuições.
Ora, se as FARC comandam um negócio que movimenta quantias quase superiores a metade do PIB desses países, que necessidade ou utilidade teria para as FARC contribuições desse tipo?
E note-se que a acusação feita contra os dois presidentes é aquela do caso que ficou conhecido como dos “computadores antimísseis colombianos”, por quão ridícula é a tese de que computadores tenham passado intactos a um ataque com bombas cluster.
Vamos acrescentar ao nosso caso, a acusação de que as FARC, no ano de 2002, teriam contribuído ilegalmente com 4 milhões de reais para a campanha presidencial de Lula. A acusação foi feita por inúmeros órgãos de imprensa do Brasil e estrangeiros, tentando vincular Lula às FARC, as FARC ao narcotráfico, assim podendo conquistar um distanciamento definitivo entre Lula e PT, em relação às FARC.
Pois bem, temos que, segundo as acusações que são feitas pelas mesmas pessoas sempre, as FARC são um grupo de traficantes que não conseguem se manter com o dinheiro do tráfico, que parece ser pouco lucrativo. Assim as FARC precisam de dinheiro vindo de outros países da América Latina, de forma ilegal, para garantir sua manutenção. Ao mesmo tempo, as FARC dispõe de 4 milhões para dar como contribuição para uma campanha eleitoral no exterior, mostrando que tem grande capacidade econômica. E tudo isso acontece enquanto seus dirigentes vivem em acampamentos improvisados, em meio à selva, sem qualquer condição de conforto ou bens próprios.
Se esses elementos não são suficientes, vamos acrescentar as declarações dos prisioneiros das FARC libertados recentemente.
Os prisioneiros fizeram duras críticas às condições em que foram mantidos durante o período de cárcere. Reclamaram, sobretudo, as condições de alojamento e de alimentação, além de cuidados básicos com a saúde.
No entanto, os próprios libertados apontaram que, apesar de suas reclamações, suas condições de alojamento, quando não estavam em deslocamento, eram quase iguais às dos guerrilheiros e dirigentes guerrilheiros, assim como sua alimentação era exatamente a mesma.
Podemos concluir disso, que o negócio do tráfico internacional de drogas é um dos menos rentáveis, com lucratividade inferior a qualquer plantação de batatas, ou coisa que o valha.
Podemos também concluir que os líderes das FARC são um incrível grupo de masoquistas, dedicados a se empenhar na atividade econômica menos rentável e mais reprimida que puderem encontrar. Ou então são masoquistas porque a atividade lhes rende muito, mas eles, por opção própria, preferem viver em condições precárias, talvez para garantir uma boa acumulação de dinheiro e propriedades para o pós morte, pois não usufruem dos recursos em vida.
Um último elemento que podemos acrescentar à nossa análise, é essa nova alegação dos narcos que comandam a política e o Estado colombiano, para tentarem convencer o mundo de que estão enfraquecendo as FARC.
No episódio do assassinato sob encomenda de Ríos, o discurso ensaiado do pistoleiro contratado por 5 milhões, foi de que cometera o crime, a emboscada e traição, por não suportar as condições em que estava, até mesmo com falta de alimentos.
Note-se: um “chefe do tráfico”, juntamente com os seus “capangas”, que “atuariam na prática do tráfico”, atividade que movimenta bilhões ao ano na Colômbia, não dispunham sequer de alimentação adequada e suficiente.
Acredito não precisar apontar mais qualquer argumento, pois a constatação da mentira é óbvia, ululante, exageradamente clara: as acusações que se fazem contra as FARC são falsas, pois são contradições insuperáveis dentro do discurso dos próprios acusadores. Não se precisou aqui recorrer a qualquer argumento trazido pelo campo que defende a guerrilha, mas apenas de seus detratores. Sequer precisaremos lembrar que Uribe foi funcionário dos mais fiéis de Escobar, chefe do cartel de Medelín, o qual, segundo seus assessores mais diretos e até sua noiva, tinha em Uribe um dos mais competentes e fiéis executores das atividades de sua quadrilha. Nem precisaremos lembrar que o primo de Escobar, seu braço direito nos tempos do Cartel, é hoje o Conselheiro Presidencial.
A realidade demonstra, de forma cabal, que além de falsas e mentirosas, as acusações contra as FARC são obra da mais absoluta incompetência, de quem não consegue ser minimamente coerente em suas armações.
As mentiras contadas pelo narco-fascismo, através da imprensa dominad pelo crime e pelos grandes grupos econômicos, não se sustenta diante de seus próprios argumentos. E o mais triste é ver que pessoas ditas de boa fé, ainda compram tais contos da carochinha como suas verdades absolutas.
Não fosse o fato de Uribe, conhecido no Cartel de Medelin, do qual sempre foi membro, juntamente com sua família, ter feito fortuna com o tráfico, a resposta aparente para essa pergunta seria um “sim”.
As acusações da “Grande Mídia” e dos poderosos colombianos contra as FARC, são do envolvimento e comando da guerrilha sobre o negócio do narcotráfico internacional, negócio que fatura bilhões todos os anos.
Reconhecidamente, a Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína, responsável pelo abastecimento do mercado estadunidense e europeu, visto que quase a totalidade da produção da Bolívia é legalizada e destinada ao abastecimento da indústria de bebidas (Coca-Cola e Pepsi), além da indústria farmacêutica mundial.
Estima-se, nos Estados Unidos, que o negócio das drogas, com destaque absoluto para a cocaína, esteja entre os 50 maiores negócios do mundo, em termo de movimentação financeira.
Todos esses fatores, por si só, levam a imaginar que, em se acreditando nas acusações que a “Grande Mídia”, Uribe e sua turma fazem às FARC, a guerrilha seja uma grande potência econômica, com os cofres forrados de dólares e seus líderes acumulando um patrimônio incalculável.
Como paradigma dessa análise, podemos tomar o caso de Abadia, mega-traficante colombiano preso no Brasil, cuja fortuna calculada ultrapassa o limite do imaginável, tendo o patrimônio formado por toda sorte de negócios e bens possíveis, além de sua fantástica capacidade que chegava ao ponto de construir submarinos próprios para o transporte de drogas.
Entretanto, na contramão de tais acusações contra as FARC, temos os fatos apresentados, a realidade que teima em aparecer, mesmo nos discursos oficiais daqueles que fazem as acusações.
Raúl Reyes, apontado como o número 2 das FARC, foi assassinado em um acampamento improvisado em meio à selva, sem quaisquer itens de conforto ou luxo. Tratava-se do segundo na linha de comando em uma organização cujos detratores apontam como proprietária do negócio multimilionário.
Onde estará a fortuna acumulada com o negócio das drogas? Por que o homem que comandava o negócio tão rentável estaria vivendo em condições precárias em meio à selva? Onde teria ido parar os tantos itens de riqueza que os acusadores sempre apontaram?
Pode algum defensor do regime narco-fascista reinante no país apontar que estaria Reyes em tal situação apenas em razão de sua necessidade de se esconder do governo. Entretanto, em nenhum caso conhecido na história, a necessidade de se esconder impediu que os criminosos usufruíssem da fortuna amealhada na prática criminosa, pelo contrário, lembre-se da ostentação de Pablo Escobar, ou mesmo do caso daquele que tomamos como paradigma, Abadia, que permaneceu levando sua vida de milionário na Colômbia até o momento em que sua popularidade entre os demais chefes criminosos caiu.
Mas o caso não se encerra aí.
As FARC ficaram famosas em todo o mundo justamente pelo fato de jamais esconderem os rostos, por falarem abertamente de seus métodos, de suas formas de luta e suas formas de manutenção. Sempre falaram abertamente sobre a cobrança de impostos sobre grandes fortunas, como também da sanção de reclusão aplicada aos sonegadores. A esse último, a imprensa aponta como sendo seqüestros. Assim sendo, qual problema teria as FARC em assumir a prática do narcotráfico caso o praticasse?
E o caso de Reyes acrescenta mais um elemento para a análise: as acusações contra Rafael Correa e Hugo Chávez de sustentarem a guerrilha com vultuosas contribuições.
Ora, se as FARC comandam um negócio que movimenta quantias quase superiores a metade do PIB desses países, que necessidade ou utilidade teria para as FARC contribuições desse tipo?
E note-se que a acusação feita contra os dois presidentes é aquela do caso que ficou conhecido como dos “computadores antimísseis colombianos”, por quão ridícula é a tese de que computadores tenham passado intactos a um ataque com bombas cluster.
Vamos acrescentar ao nosso caso, a acusação de que as FARC, no ano de 2002, teriam contribuído ilegalmente com 4 milhões de reais para a campanha presidencial de Lula. A acusação foi feita por inúmeros órgãos de imprensa do Brasil e estrangeiros, tentando vincular Lula às FARC, as FARC ao narcotráfico, assim podendo conquistar um distanciamento definitivo entre Lula e PT, em relação às FARC.
Pois bem, temos que, segundo as acusações que são feitas pelas mesmas pessoas sempre, as FARC são um grupo de traficantes que não conseguem se manter com o dinheiro do tráfico, que parece ser pouco lucrativo. Assim as FARC precisam de dinheiro vindo de outros países da América Latina, de forma ilegal, para garantir sua manutenção. Ao mesmo tempo, as FARC dispõe de 4 milhões para dar como contribuição para uma campanha eleitoral no exterior, mostrando que tem grande capacidade econômica. E tudo isso acontece enquanto seus dirigentes vivem em acampamentos improvisados, em meio à selva, sem qualquer condição de conforto ou bens próprios.
Se esses elementos não são suficientes, vamos acrescentar as declarações dos prisioneiros das FARC libertados recentemente.
Os prisioneiros fizeram duras críticas às condições em que foram mantidos durante o período de cárcere. Reclamaram, sobretudo, as condições de alojamento e de alimentação, além de cuidados básicos com a saúde.
No entanto, os próprios libertados apontaram que, apesar de suas reclamações, suas condições de alojamento, quando não estavam em deslocamento, eram quase iguais às dos guerrilheiros e dirigentes guerrilheiros, assim como sua alimentação era exatamente a mesma.
Podemos concluir disso, que o negócio do tráfico internacional de drogas é um dos menos rentáveis, com lucratividade inferior a qualquer plantação de batatas, ou coisa que o valha.
Podemos também concluir que os líderes das FARC são um incrível grupo de masoquistas, dedicados a se empenhar na atividade econômica menos rentável e mais reprimida que puderem encontrar. Ou então são masoquistas porque a atividade lhes rende muito, mas eles, por opção própria, preferem viver em condições precárias, talvez para garantir uma boa acumulação de dinheiro e propriedades para o pós morte, pois não usufruem dos recursos em vida.
Um último elemento que podemos acrescentar à nossa análise, é essa nova alegação dos narcos que comandam a política e o Estado colombiano, para tentarem convencer o mundo de que estão enfraquecendo as FARC.
No episódio do assassinato sob encomenda de Ríos, o discurso ensaiado do pistoleiro contratado por 5 milhões, foi de que cometera o crime, a emboscada e traição, por não suportar as condições em que estava, até mesmo com falta de alimentos.
Note-se: um “chefe do tráfico”, juntamente com os seus “capangas”, que “atuariam na prática do tráfico”, atividade que movimenta bilhões ao ano na Colômbia, não dispunham sequer de alimentação adequada e suficiente.
Acredito não precisar apontar mais qualquer argumento, pois a constatação da mentira é óbvia, ululante, exageradamente clara: as acusações que se fazem contra as FARC são falsas, pois são contradições insuperáveis dentro do discurso dos próprios acusadores. Não se precisou aqui recorrer a qualquer argumento trazido pelo campo que defende a guerrilha, mas apenas de seus detratores. Sequer precisaremos lembrar que Uribe foi funcionário dos mais fiéis de Escobar, chefe do cartel de Medelín, o qual, segundo seus assessores mais diretos e até sua noiva, tinha em Uribe um dos mais competentes e fiéis executores das atividades de sua quadrilha. Nem precisaremos lembrar que o primo de Escobar, seu braço direito nos tempos do Cartel, é hoje o Conselheiro Presidencial.
A realidade demonstra, de forma cabal, que além de falsas e mentirosas, as acusações contra as FARC são obra da mais absoluta incompetência, de quem não consegue ser minimamente coerente em suas armações.
As mentiras contadas pelo narco-fascismo, através da imprensa dominad pelo crime e pelos grandes grupos econômicos, não se sustenta diante de seus próprios argumentos. E o mais triste é ver que pessoas ditas de boa fé, ainda compram tais contos da carochinha como suas verdades absolutas.
9 comentários:
Muito bom texto, impressionante a ditadura da mídia...
See Here or Here
Jefferson
Excelente. Ótima lista de contradições. Desmascarando a imprensa burguesa, segundo os argumentos deles mesmos.
Com esse método, um pouco de dedicação e tempo, ficaria até engraçado "desmontar" a argumentação dos poderosos por meio de suas empresas de comunicação.
Vou tomar a liberdade de "linkar" no Classista.
Abração
J. Tramontini
classista.blogspot.com
Nossa quanta bobagem, esperava o que?? que o cara sendo um dos rostos mais conhecidos dessa narco-guerrilha das Farc, (que por sinal é mal chamada como exercito do povo) estivesse andando pela rua mostrando tudo seu dinheiro?? ou morando numa mansão com carro do ano?? Agora minha pergunta é: sera vc dono da verdade com relação as farc?? sera que vc pode ter mais conhecimento de causa que os quase 90% dos colombianos que apoian o Uribe?? Sera que os Colombianos que moram na colombia e tem vivido em carne propria todo o mal que os farcsantes tem feito estão redondamente enganados???. Acho que é preciso vc se perguntar esse tipo de coisas!!
Fremeja
Como resposta, deixo os 200 mil colombinos que ocuparam as ruas de Bogotá, apesar das ameaças, apesar dos mais de 50 executados pelo exercito na última semana, apesar dos jornalistas presos, apesar dos bombardeios contra os camponeses de Tolima, etc..
TÁ BOM VC ACREDITA EM PAPAI NOEL TBEM
RSSS
E NA SUA MULHER VC TBEM ACREDITA???
otimo texto!!!!
nao podemos continuar sendo enganados pela rede globo e acreditar q o q vem da midia é a lei.
Jefferson, vai me desculpar, mas defender esses narcoterroristas é um absurdo. São um exemplo do que existe de mais atrasado na América Latina. Não são os povos do norte os culpados pelo nosso subdesenvolvimento endêmico, mas sim esse nosso apego ao caudilhismo e ao populismo. Sucesso pro seu blog.
Jefferson
muito bom seu texto.Tomara que ele consiga entrar nas mentes e esclarece-las.
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