domingo, 2 de dezembro de 2007

Chavez diz Reconhecer Vitória dos Adversários no Caso de uma Eventual Vitória do Não

Com informações da Globovision

Nesse sábado, o presidente venezuelano Hugo Chavez declarou que “caso venhamos a perder por alguma fatalidade, nós reconheceremos o triunfo de nossos adversários”.

A declaração de Chavez é dada na véspera do referendo, após a oposição se unir convocando a população a votar contra a reforma constitucional.

Nos últimos dias foram divulgadas inúmeras pesquisas sobre a intenção de voto no referendo, com resultados que vão desde vitória com uma pequena folga pelo “sim”, até um empate técnico com pequena vantagem para o “não”.

Segundo representantes do Conselho Nacional Eleitoral e de entidades de vários setores, tanto da oposição quanto da situação, a expectativa de abstenção no referendo caiu para cerca de apenas 10%. Tal queda pode ser resultado da intensificação das campanhas de ambos os lados, como pode ser fruto de uma preocupação da população com os futuros do país, diante da forte radicalização dos últimos dias.

As declarações de Chavez derrubam por terra o discurso golpista da oposição, de que Chavez não aceitaria uma eventual derrota no plebiscito.

A promessa de Chavez de aceitar o resultado do referendo, qualquer que seja tal resultado, contrasta com o discurso de parte da oposição que continua pregando o golpe de Estado. Alguns grupos oposicionistas dizem que só aceitaram a vitória do “não” como resultado do referendo, ameaçando com violenta reação contra uma suposta fraude, caso o “sim” seja vitorioso. Ao mesmo tempo, no encerramento da campanha do “não”, nessa quinta-feira, a promessa foi de não aceitar a legitimidade do referendo, afirmando que o Bloco do “não” realizará intensas mobilizações alegando fraude, tão logo seja anunciado o resultado oficial do referendo.

Algumas conclusões básicas podem ser tiradas de tal realidade: 1 – a oposição reconhece a superioridade popular em apoio à reforma constitucional; 2 – o resultado esperado do referendo é tido pela oposição como a melhor desculpa para uma nova tentativa de um golpe de Estado; 3 – a oposição venezuelana se recusa terminantemente a aceitar o resultado da vontade popular que não seja coincidente com os seus desejos.

Seja qual for o resultado do referendo, caso a vontade popular prevaleça contra qualquer mobilização golpista, terá havido na Venezuela uma histórica vitória da democracia popular, com um processo constituinte revestido da mais direta participação e manifestação da vontade do povo. E dentre os principais pontos da proposta de reforma constitucional, o principal item estará consolidado, que é a criação do poder popular, pois é a vontade popular que definirá a entrada em vigor, ou não, da nova realidade constitucional da Venezuela.

Invariavelmente, à oposição venezuelana restará a marca da tentativa de impedir que a população manifestasse sua vontade pelo voto direto. E, também invariavelmente, restará ao governo Chavez, a marca de ter garantido a participação popular na Decisão Política Fundamental do país, mesmo contra a vontade da oposição, da mídia e dos grandes grupos econômicos internacionais, consolidando o seu projeto da “Revolução Bolivariana” que prevê, como ponto central, a participação e o exercício direto do poder, por meio da vontade popular.

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